Visita à Central de Vermicompostagem e aterro sanitário do Nordeste

Um grupo de associados dos Amigos dos Açores visitou as instalações do aterro sanitário do Nordeste e respetiva Central de Vermicompostagem, a primeira e única nos Açores.

Durante cerca de 90 minutos os participantes tiveram oportunidade de visitar as instalações da central e do aterro, que contou com a colaboração de André Neves e Paulo Amaral, que guiaram a visita e explicaram o modo de funcionamento dos mesmos, o trabalho que ali tem vindo a ser desenvolvido, o processo de recolha seletiva, o tratamento que é feito aos diferentes tipos de resíduos, a experiência da vermicompostagem, o aterro e seu funcionamento, entre outras questões e preocupações futuras daquele município.

Localizada em São Pedro de Nordestinho, esta unidade de vermicompostagem abriu em julho de 2011 e tem-se revelado um sucesso. Trata-se de um projeto pioneiro nos Açores que consiste num sistema de reciclagem de matéria orgânica onde os restos de comida, resíduos de jardim, estrumes, papel e cartão são digeridos por minhocas e expelidos por estas sobre a forma de vermicomposto ou húmus – um fertilizante natural resultante da decomposição de matéria orgânica, com excelentes características para uso agrícola, que não cansa os solos, diminui a necessidade de rega e proporciona um crescimento das plantas e desenvolvimento das raízes acrescidos. O material inorgânico remanescente do processo é, após lavagem e separação, enviado para reciclagem.

Esta unidade tem contribuído para a redução dos lixos que vão para o aterro e também tem sido procurada para realizar testes, como acontece atualmente com uma experiência em curso com lamas
provenientes das Etar (Estação de Tratamento de Águas Residuais) do concelho de Ponta Delgada.

Um processo no qual a autarquia do Nordeste não esqueceu a sensibilização e informação ao munícipe, que numa fase inicial foi feita porta a porta e posteriormente através do Boletim Municipal que tem uma periodicidade trimestral.

Em todo o concelho e em diferentes dias, é feita a recolha de todo o tipo de resíduos porta a porta (indiferenciados e vidro, papel e plástico), quer ao nível da população quer ao nível do comércio local, registando-se uma adesão crescente por parte das pessoas e uma elevada taxa de reciclagem.

A compostagem orgânica produzida é oferecida às pessoas do concelho, em especial aos agricultores que são aqueles que mais procuram o fertilizante, sendo também utilizado nos jardins municipais, escoando desta forma o produto na sua totalidade.

O balanço é extremamente positivo, já que há menos resíduos e o tempo de vida do aterro vai ser maior do que inicialmente previsto embora que num prazo de 2 ou 3 anos seja necessária criar uma nova célula, que já terá uma ETAR e uma ETAL, que agora são obrigatórias por lei.

Atualmente os maiores problemas com que o Aterro se debate são as sacas de ração e os plásticos dos rolos de silagem, bem como os plásticos duros.

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